O projeto 100% In, proposto em 2018, entra agora em desenvolvimento nas várias escolas do Politécnico. A experimentação do projeto conta com a parceria do Instituto Padre António Vieira (IPAV) e a colaboração de alunos do Programa FASE. Segundo Rui Marques, presidente do IPAV, é um “projeto que permite a integração plena dos estudantes com necessidades educativas especiais”, marcado por apoios específicos e contínuos.
O projeto-piloto pauta-se pela inovação, inclusão e intenção de ser uma referência na área da Inclusão. Os estudantes do programa FASE ganham o título de buddies (amigos próximos) e preconizam a aprendizagem, a descoberta de novas competências e um sentido de serviço solidário e cívico, bem como a compreensão empática pelo outro. A ajuda é direcionada para cegos, surdos, disléxicos, estudantes com depressão e transtornos de personalidade, um padrão que difere de escola para escola. Trata-se de uma aprendizagem recíproca, “não é só a solidariedade entre alunos, é algo mais”, salienta o responsável do IPAV.
O eixo de atuação do projeto compreende a coordenação da professora Isabel Pereira e, neste momento, seis gestores de caso para 96 alunos. Os técnicos (psicólogos e assistentes sociais) executam a ponte entre os estudantes e os Serviços de Ação Social. “Ajudam o aluno a fazer as melhores escolhas em cada momento e a encontrar resposta para cada necessidade”, explica a coordenadora.
Márcia Salgueiro, estudante da ESECS e colaboradora do programa FASE, afirma que se aprende muito com todo o tipo de pessoas. “Pela minha experiência, tive crianças que já me ensinaram muito e colegas que aqui andaram e são agora independentes. Se conseguirmos dar um pouco de nós para ajudar essas pessoas, vai ser muito bom”, adianta a aluna.
Algumas das metas já propostas englobam a acessibilidade das residências, a otimização dos recursos existentes, a aposta na comunicação eficaz e a realização de uma maratona de ideias no início do próximo ano letivo com o fim de encontrar soluções para os múltiplos desafios existentes. O objetivo final “não é apenas ajudar o aluno do ponto de vista académico, é dar-lhe ferramentas para que, enquanto pessoa, tenha asas para voar quando acabar o curso”, realça Isabel Pereira.
Texto: Carolina Santos | Juliana Oliveira | Tetiana Boichuk | Lluis Hernández