Avaliação do sono
Mas se há quem tenha dificuldade em dormir as horas mínimas, também há quem durma em demasia. As hipersónias são uma das perturbações relacionadas com estados de depressão e algumas das alterações do sono são precisamente os primeiros sinais de uma eventual doença mental.
Tal como é possível medir o peso ou saber os valores das análises ao sangue, também o sono é suscetível de ser medido. Existem vários exames que ajudam a clarificar o diagnóstico, sendo a polissonografia o exame de primeira linha, em que são avaliados vários parâmetros fisiológicos como as ondas cerebrais, os movimentos oculares, a atividade do músculo mentoniano, no queixo, a saturação de oxigénio no sangue, a atividade cardíaca e respiratória e os movimentos das pernas.
Esta avaliação pode ser feita em laboratório, com registo de vídeo, onde a pessoa dorme fora de casa, mas também pode ser feita em ambulatório, de modo a que o conforto do doente não fique comprometido. A actigrafia, outro meio de diagnóstico, consiste na utilização, semanal ou mensal, de um relógio que deteta os movimentos, os comprimentos de onda da luz e a temperatura. “Este tipo de exame é uma opção para os adolescentes, que passam muito tempo ao telemóvel, os trabalhadores por turnos ou as pessoas com perturbações como os atrasos de fase, ou seja, quando se deitam mais tarde e acordam já ao fim na manhã”, revela Bruna Reis, técnica de neurofisiologia.
Entre as atividades profissionais e de lazer, 24 horas parece pouco tempo e é na supressão das atividades básicas do dia a dia, como as refeições ou o sono, que muitos conquistam algumas horas extra, cujo preço é elevado e apenas se revela mais tarde.
Respeitar os momentos de sono e as necessidades de cada um é uma responsabilidade individual e a priorização de tarefas torna-se elementar quando o objetivo é dormir bem para viver melhor.
Texto e infografia: Catarina Nogueira | Juan Cardenas | Mariana Gabriel
Foto: Ketut Subiyanto | Pexels ; Eddie Billard | Unsplash