O Mercado de Sant’Ana foi palco da 5.ª edição do “TattooArtes”, organizado pela Associação de Profissionais de Tatuagem e Similares (A.P.T.S). Profissionais de todo o país juntaram-se, nos dias 3, 4 e 5 de maio, para promover a cultura das tatuagens e piercings, num programa que também incluiu música, gastronomia, vestuário e uma competição.
Teresa Rufino, organizadora do evento e proprietária do estúdio Seven Tattoo, explica que o principal objetivo “foi sempre e continua a ser a divulgação dos artistas da zona de Leiria”. Além disso, a estratégia passa por abrir o espaço a artistas de fora, que abraçam o projeto e se mantêm fiéis todos os anos. A adesão dos participantes, tatuadores e público tem sido grande, pelo que Teresa Rufino refere que podiam encher um espaço com o dobro do tamanho, preferindo, porém, manter-se no Mercado de Sant’Ana, onde tudo começou, pelo ambiente familiar que se criou.
Igor Gapurzhanov, do estúdio SorryMom, é um dos tatuadores presentes no evento e considera-o muito importante por mostrar às pessoas que as tatuagens são realmente uma arte e “não apenas marcas na pele”. Alguns estereótipos associados a pessoas com tatuagens também têm vindo a diminuir. A tatuadora Julia Gapurzhanova diz que o espectro de idades tem vindo a aumentar, sendo que, no estúdio em Fátima, recebem cada vez mais pessoas com idades superiores a 50 anos que querem fazer uma tatuagem.
O tatuador Yago, especialista em tatuagens de anime e proprietário do Akatsuki Tattoo, acredita que eventos como este são importantes para a cultura portuguesa e realça a necessidade de haver cada vez mais. “Em comparação a outros países que já visitei na América do Sul e Europa, Portugal é um dos locais onde a cultura da tatuagem está mais atrasada”, obsrerva.
O programa incluiu uma competição que contou com a participação de vários artistas. O desafio consistia em criar e fazer uma tatuagem, de qualquer estilo, com o limite de oito horas para a realizar. Yago foi o vencedor: “Não fui com expectativas de ganhar, mas dei o meu melhor com o tempo que tinha para entregar a arte”.
Acrescenta que desafios como este têm um poder de transformação na maneira como as pessoas tatuam e como ultrapassam os obstáculos. “Como tatuador, entrei um e saí do evento outro”, conclui Yago.
Texto e fotos: Diogo Domingos | Diogo Sá | Francisco Simões | Luís Vasconcelos