Aos olhos de quem vê corações
Os autores procuram cidadãos anónimos: o “estranho”. Constroem retratos: um texto e uma fotografia. Partilham-nos online: “um por dia”. São quatro fotojornalistas que se interessam por histórias de vida. Criaram o sítio “Um estranho por dia”. Um projeto que pretende dar a conhecer aspetos interessantes, aqueles autênticos, das pessoas comuns.
O conceito surgiu quando o fotojornalista Miguel Lopes, a 29 de novembro de 2015, partilhou a história do primeiro “estranho” na sua conta pessoal do facebook. Rui Soares e Rui Miguel Pedrosa aderiram à ideia. O projeto nasceu. E João Porfírio completou a equipa.
“Não há fórmula mágica. Os estranhos vão aparecendo. São pessoas comuns com quem nos cruzamos e por alguma razão nos chamam à atenção ou nós a elas”, afirma Miguel Lopes.
Não há critérios para a escolha dos “estranhos”. É algo que surge naturalmente ao cruzarem-se com as pessoas na rua. Muitos dos retratos que se podem encontrar são de pessoas de Leiria. Rui Miguel Pedrosa é natural da região.
O facto de a seleção ser aleatória permite um leque diversificado de histórias. Desde o arrumador de carros de Leiria até ao estudante de engenharia de Hong Kong. Miguel Lopes refere que “são histórias fortes de vidas duras ou de acontecimentos muito tristes que marcam a vida dos nossos estranhos mas que nos têm marcado bastante”.
O sucesso do projeto é enorme. Em apenas seis meses conta com mais de 40 mil ”likes” no facebook, sendo que no instagram o número ultrapassa os oito mil seguidores.
http://www.umestranhopordia.pt/
Texto: Bernardo Dias | Filipa Sérgio | Lara Matos