A segurança informática está cada vez mais a preocupar empresas e instituições em Portugal. A proteção de dados, redes e sistemas são alguns dos problemas a que uma nova pós-graduação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) de Leiria pretende dar resposta. O tema ganhou uma nova dimensão com a detenção do criador do sítio da Internet Tugaleaks, Rui Cruz. O jornalista, associado ao movimento hacker português, foi detido no dia 26 de fevereiro, por suspeita de ter colaborado com o grupo Anonymous, conhecido por ter realizado ataques informáticos a organizações diversas, entre as quais a Procuradoria-geral da República. Na ação policial, denominada Operação Caretos – numa alusão às máscaras usadas pelos membros do grupo Anonymous – foram constituídas arguidas 14 pessoas, por suspeitas de crimes informáticos.
A questão da segurança informática está a colocar em alerta também as consultoras e os gestores de conteúdos. Segundo um estudo da consultora PwC, o número de acidentes no sistema de segurança informático aumentou em quase 50 por cento, em relação a 2013.
Por isso para Filipe Pinto, do Departamento de Engenharia Informática da ESTG, a necessidade de formação dos quadros é urgente. Nesse sentido, a nova pós-graduação em Informática de Segurança e Computação Forense visa “dinamizar de modo pró-ativo a oferta formativa da Instituição, em função das necessidades da região e do país em geral”, explica o investigador. Filipe Pinto refere que a região já está no mapa dos crimes informáticos e que há uma “crescente importância – e urgente – da segurança tecnológica em todos os planos da sociedade”.
A pós-graduação nasceu de uma parceria com a Escola da Polícia Judiciária e tem como objetivo preparar os quadros da PJ, da Procuradoria-Geral da República ou do Ministério Público para o combate ao crime baseado nas várias plataformas tecnológicas.
A estrutura curricular abrange um leque de assuntos relacionados com as redes de computadores, protocolos de comunicação e segurança de informação. Inclui ainda metodologias e abordagens de informática forense, proporcionando aos participantes adquirir competências ao nível da prevenção, deteção e análise forense: determinação não só das causas e efeitos mas também dos autores do ato de invasão.
Texto: Marta Leite Ferreira