"A Chave de Salomão"

Depois dos sucessos consecutivos dos livros de José Rodrigues dos Santos, A Chave de Salomão era muito esperada. A questão abordada (a vida depois da morte) e o facto de ser uma espécie de seguimento de A Fórmula de Deus, um dos livros preferidos dos seguidores do escritor, aumentaram as expetativas.

É habitual que os livros do autor tenham uma componente histórica e explicativa, mas nesta obra parece acentuada. Para quem não conhece bem a área da Física, nem sempre é fácil de acompanhar. Para além disso, a questão da pós-morte, que muitas vezes foi apresentada como o slogan do livro, não surge como a mais explorada. Para quem espera muitas explicações sobre o fenómeno, a obra não dará muitas respostas. Enquanto leitora, fiquei na expetativa de mais testemunhos e relatos concretos.

O fio condutor da história é no entanto muito interessante. A morte de Frank Bellamy, uma figura importante da CIA e que já tinha trabalhado com Tomás Noronha, e a quase-morte de Dona Graça, mãe da personagem principal, são bastante intrigantes e prendem o leitor. E nessa questão, o autor acerta sempre. Caso não existisse história de ação não seria possível abordar toda a informação de forma simples.
No final do livro, o autor surpreende e faz algo que já esperava há muito: coloca, nas considerações finais, um enigma para o leitor resolver e assim envolvê-lo no desfecho do livro. Ainda que a resposta não seja concreta, a estratégia é bem conseguida e interessante de repetir em próximas obras. Também se destaca a pesquisa sempre muito presente nas obras do autor.

A Chave de Salomão era um livro muito desejado por toda a ‘comunidade Noronha’. Diria que não é fácil entrar na obra sem ter lido outros livros do autor. Em todo o caso, as vendas não mentem e a Chave de Salomão rapidamente chegou ao top dos livros mais vendidos em Portugal.

 

Texto: Mariana Lopes