Uma crítica à pressão da mãe sobre a própria filha, pela aparência da menina negra de cabelo crespo que não se podia descuidar com a sua imagem. Agarra-te à Vida, Não ao Cabelo é uma comédia romântica americana de 2018, dirigida por Haifaa al-Mansour, numa adaptação cinematográfica do livro Nappily Ever After, de Thrisha R. Thomas, com o elenco composto por Sanna Lathan (Violet ou Vi), Ricky Whittle (Clint – namorado de Vi), Lynn Whitfield (Paulette – mãe de Vi), entre outros. Com a pontuação de 6.4 (em dez) no IMDb (base de dados online dedicada a filmes, séries e outros conteúdos), é um filme que transmite uma mensagem de aceitação e superação de preconceitos sociais em relação à aparência.
Violet, a personagem principal, tem uma vida aparentemente perfeita. Trabalha no mundo da publicidade, ligado à imagem e sob o condicionamento das conceções de beleza da sociedade, o que, a somar à pressão da mãe, se torna mais um fator de influência para si. A indecisão acerca do que é, do que sente ou do que o cabelo a faz ser, surge porque, no seu dia de aniversário, todos os planos e metas de vida não se viram concretizados. Clint não a pede em casamento e isso faz Vi duvidar de si. Devido à pressão acaba por cometer um ato que vai contra as suas ideias de “boa aparência”.
Após uma noite de reflexão com um pouco de álcool à mistura, Vi rapa o cabelo. No dia seguinte, ao acordar, vê-se ao espelho e fica horrorizada. Mas à medida que o tempo passa fica cada vez mais confiante e enfrenta as suas inibições uma a uma.
A partir desse momento, vive uma fase de descoberta e de habituação ao novo estilo. Acaba por achar engraçado o facto de não estar preocupada em esticar o cabelo 30 minutos antes de o namorado acordar, só para Clint a ver perfeita. Desliga o lado superficial e foca-se nas coisas mais simples da vida. Percebe então que foi condicionada pela mãe, e mais tarde pelo namorado, levando-a a viver sem nunca pensar em si.
Agarra-te à Vida, Não ao Cabelo critica a sociedade e os padrões impostos, sobretudo às mulheres, retratando-as na insegurança de ter de estar à altura das expetativas dos outros. Demonstra que não se deve mudar apenas para agradar a alguém, se essa não for uma intenção pessoal, reforçando a importância do amor-próprio.
O filme sugere que se “agarre a vida”, que é passageira e merece ser vivida da melhor forma, com ou sem cabelo.
Texto: Diogo da Silva | Ibrahim Jerome | Luísa Jacinto | Maria Marques