O realizador de Camarate e Rosas de Ermera, Luís Filipe Rocha, lançou em 1996, para o mundo, Adeus, Pai. Reconhecida com os Prémios de Melhor Ator e Melhor Jovem Ator, em 1997, e o Prémio Jan Zonder Frees, em 1998, esta longa-metragem conta-nos a história de Filipe e da sua relação atribulada com o pai.
O filme começa com a narrativa de Filipe, um rapaz de treze anos que relata como as suas férias costumam ser repetitivas, contando-nos que costuma passá-las, apenas, com a mãe e avó, mas nunca com o seu pai. O rapaz mostra, ainda, como sente falta do amor do progenitor, que nunca lhe deu qualquer tipo de carinho ou demostrou afeto. Mas algo muda na vida desta criança quando Manuel, numa noite, surpreende o filho e lhe conta que vão os dois de férias para os Açores. Ao longo da viagem, Filipe conhece Joana e Pedro, com quem cria laços de amizade e com quem passará a maior parte do seu tempo. Apesar de estar a adorar as férias e o tempo com o seu progenitor, Filipe interroga-se sobre qual o verdadeiro motivo desta viagem, questionando o pai. Manuel revela então ao filho qual o verdadeiro motivo da aproximação, que o fez rever as suas prioridades. É a partir deste momento que ambos se começam a dar verdadeiramente bem e a ter um laço mais forte.
Adeus, Pai é um filme extremamente comovente, não só para os que têm a sorte de ter um pai presente, como para aqueles que já não o tem ou nunca o tiveram nas suas vidas. O filme mostra o olhar de uma criança que, por motivos profissionais, tem um pai ausente e que não lhe consegue transmitir amor, segurança ou até mesmo proporcionar um momento de desabafo ou brincadeira. É, também, um filme intemporal que ensina a priorizar as mais importantes coisas da vida e a valorizar as pessoas.
Texto: Carolina Frade | Inês Gonçalves | Miriam Tormenta