Uma das questões frequentes durante a pandemia da Covid-19 respeita aos cuidados a ter com os animais de estimação. Apesar da recomendação de distanciamento social, é necessário passear os animais domésticos.
Filipa Loureiro, tutora de um cão, residente em Viseu, diz que não mudou muito a rotina. “Se está muita gente num sítio, tento não ir com ele para lá. Tenho mais cuidado em afastá-lo das pessoas e dos outros animais. Antes de entrar em casa, limpo as patas e o pelo, se estiver molhado de brincar na relva”, revela. Já Ana Lopes, também de Viseu, dona de um felino, diz que o processo não é muito diferente, havendo especial cuidado com a desinfeção e circulação do animal por poucas divisões dentro de casa, dado tratar- se de um gato de rua.
Nos passeios higiénicos, é importante ter em consideração alguns cuidados para proteção própria e do animal, principalmente se este mantiver contacto frequente com o interior da habitação. As precauções são semelhantes às que os humanos devem considerar após uma saída de casa. Inês Oliveira, médica veterinária e diretora de uma clínica em Figueiró dos Vinhos, recomenda que se usem toalhitas húmidas à base de clorhexidina para se proceder a uma correta e eficaz higienização.
Até à data não existem evidências de contaminação do vírus de humanos para animais de estimação. No entanto, é de realçar que os animais podem funcionar como uma fonte de transmissão do vírus, visto que se poderá manter ativo no seu pelo durante várias horas. Por isso, devem ser tomadas medidas de higiene e distanciamento social relativamente a outros animais e pessoas.
Os animais de estimação continuam a receber toda a atenção, mas com o regresso à rotina normal dos seus donos, poderão sentir ansiedade, devido à separação repentina. Alguns dos sintomas passam pela destruição de objetos, excessiva higienização do pelo por parte dos felinos, diarreia, aumento da queda de pelo, perda de apetite e dejetos ou urina pela casa. Inês Oliveira refere que “o ideal seria fazer uma espécie de desmame dessa atenção, de modo a que não houvesse tanto sofrimento na altura de regressar ao trabalho”. No entanto, caso alguns destes sintomas surjam no animal de estimação, a recomendação é de recorrer ao veterinário para evitar que a situação clínica progrida.
Texto: Ana Correia | Andreia Correia | Rita Figueiras
Foto: Anusha Barwa | Unsplash