White Lines é a nova série de sucesso da Netflix produzida por Álex Pina, também criador de A Casa de Papel e Vis a Vis. Para além de contar com a atriz Laura Haddock, o elenco é composto por alguns portugueses, como Nuno Lopes, que interpreta uma das personagens principais, e, assumindo papéis secundários, Paulo Pires e Rafael Morais.
A série não tem sido alvo das melhores apreciações dos críticos, contudo, conseguiu chegar ao primeiro lugar do top diário de visualizações em países como Portugal, Áustria, Rússia, Alemanha, Índia e Arábia. White Lines estreou em maio, contém dez episódios, cada um com aproximadamente 55 minutos, e um dos segredos da sua popularidade no mercado mundial de séries pode bem ser a participação de atores de várias nacionalidades.
A narrativa passa-se em Ibiza, para onde Zoe (Laura Haddock) decide viajar em busca de respostas ao mistério que rodeia a morte do seu irmão mais velho Axel (Tom Rhys Harries), um DJ famoso. Longe da sua vida calma em Manchester, é na ilha espanhola que encontra os antigos amigos do irmão, num cenário de disputas, festas e droga. Lá, cruza-se com Boxer, o chefe de segurança da família Calafate, uma das mais poderosas de Ibiza, interpretado por Nuno Lopes, e um importante elemento para o desenrolar da história.
Apesar das apreciações medianas dos críticos em relação à série, a prestação do ator português não tem passado despercebida, chegando a ser destacada pela maioria dos especialistas. A preparação do ator para o papel, que, de acordo com entrevista à revista New in Town (NiT), incluiu dezenas de aulas de castelhano e inglês, além de treino no ginásio, parece ter compensado.
No global, a série apresenta vários motivos para ser interessante, desde os locais paradisíacos e as noites mágicas que Ibiza oferece, até aos próprios atores e à premissa da história. Contudo, no desenrolar dos acontecimentos, a narrativa torna-se confusa, deixando em certos momentos o espectador “perdido”. A fragilidade emocional da personagem principal, Zoe, não ajuda neste processo, sendo difícil a quem assiste rever-se e sentir empatia perante os seus comportamentos e experiências. Além disso, a série adota uma perspetiva extrema e incoerente da vida dos moradores em Ibiza, generalizando imagens pouco realistas de como é viver nesta ilha, uma vez que a retratam como sendo um local de traficantes de droga.
Texto: André Silva | Carolina Frade | Francisco Constantino | Miriam Tormenta