Investigadores discutem boas práticas de inclusão e acessibilidade

logótipo da conferência internacional para a inclusão

A 6ª Conferência Internacional para a Inclusão (INCLUDiT) decorreu a 20 e 21 de novembro, em formato digital, e cumpriu com o objetivo de, numa lógica multidisciplinar, fomentar o diálogo, a partilha e a divulgação científica nas áreas da inclusão e acessibilidade.

A importância de trazer temas normalmente aprofundados no espaço científico para o debate público foi considerada por Carla Freire, membro da organização, uma das razões fundamentais para a criação da INCLUDiT.

Durante as várias palestras, os oradores discutiram os conceitos de acessibilidade, inclusão e inserção, alertando para a falta de apoio de que as pessoas com deficiência são vítimas. Segundo Rodrigo Santos, que desempenha cargos associativos nos órgãos nacionais da ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, “a intervenção é absolutamente necessária para que a sociedade seja tão inclusiva como diz ser”.

Eva Navarro, doutorada em Humanidades e Filologia Hispânica, reforçou, também, a importância da educação como ponto de partida para construir uma sociedade inclusiva, trazendo à discussão o ecofeminismo. “Não podemos falar de educação inclusiva se não tivermos em conta a questão da igualdade de género”, vincou a especialista.

A oradora Susana Silva, licenciada em Serviço Social e pós-graduada em Ciências Criminais, deu a conhecer o Centro de Integração e Formação Socioprofissional da Cercilei (CINFORM), que contribui para mudar a perspetiva da sociedade em relação à incapacidade. Neste centro, jovens e adultos com necessidades específicas podem realizar cursos e formações, nas áreas de jardinagem, serralharia civil, carpintaria e assistente familiar/apoio à comunidade, preparando-os para ingressar no mundo do trabalho.

Romeu Kazumi Sassaki, com mais de 50 anos de carreira em consultoria sobre a autonomia das pessoas com deficiência e ativista no movimento pelos direitos das pessoas com deficiência, partilhou, por sua vez, práticas de educação inclusiva no Brasil, com particular incidência nas que levaram à evolução verificada no Estado de Goiás. O Programa Estadual de Educação para a Diversidade numa Perspetiva Inclusiva, da sua autoria, conta já com oito anos de sucesso nesta região do Brasil. Para Sassaki, o objetivo é simples: “Pretendo uma educação de qualidade sem excluir ninguém”.

Texto: Flávio Costa | Iris Vieira | Mauro Chainho