Projeto trouxe consciência social à integração dos caloiros na ESTG
A recolha de brinquedos, alimentos, roupa e atividades de voluntariado são cada vez mais frequentes em ambientes de praxe. Este ano, Leiria foi palco da primeira iniciativa de praxe solidária, uma tradição que os alunos de Marketing da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) querem iniciar.
“As praxes não são só atos humilhantes e o que se vê nos media. Também há praxes que podem ser realizadas com o objetivo de ajudar os outros”, diz João Simões, representante do Núcleo de Marketing. No início do ano, recolheram bens que depois entregaram ao Banco Português Contra a Fome e à Associação de Solidariedade Académico de Leiria. Após a recolha, os alunos – caloiros e “doutores” – foram ajudar na recolha de lixo nas ruas e jardins de Leiria.
“Os caloiros gostaram da iniciativa e aderiram com grande facilidade. Esperam por novas oportunidades para realizar este tipo de atividades, pois sentiram um dever de ‘missão cumprida’”, explica Alexandra Rasteiro, uma das alunas envolvidas. Nesses momentos, mais do que a distinção entre os alunos mais velhos e os caloiros, o objetivo é promover a consciência social. “Faz com que os caloiros e trajados se unam em prol de uma causa. Ajudar quem precisa é de todo a melhor praxe que pode ser feita, porque além de sensibilizar os caloiros para o mundo que nos rodeia, sensibiliza também toda a comunidade escolar”, explica a aluna de Marketing. Esta solução permite também explicar a quem não é estudante que “as praxes não são momentos para inferiorizar, nem humilhar ninguém”, mas sim ocasiões que integram verdadeiramente os recém-chegados à academia.
O grande desafio neste tipo de ações é a organização, admitem os promotores. É “difícil chegar a muita gente em pouco tempo” e é “muito importante a comunicação desta praxe para que dela se angarie uma boa quantidade de alimentos e roupas para ajudar os desfavorecidos”, explica Alexandra Rasteiro.
Uma história que tem vindo a crescer
A história das praxes solidárias nasceu na Universidade Católica Portuguesa (UCP), mas tem-se estendido um pouco por todo o país, embora a referência continue a ser aquela instituição. Em 2015, estudantes da UCP dirigiram-se à Golegã e apanharam quatro toneladas de batatas para o Banco alimentar Contra a Fome que, caso não fossem apanhadas, seriam desperdiçadas.
Mas este empenho social tem eco noutras instituições. Em outubro, alunos do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) foram voluntários no Centro de Apoio ao Sem-Abrigo em Sete Rios. Na ocasião, os caloiros não só distribuíram alimentos e roupas mas também construíram armários para os utentes e distribuíram refeições.
Texto: Ana Rita Correia | Diogo Correia | Joana Andrade