Inês Durão: Sem medo de pôr “Mãos à Obra”

O que ao início parecia uma simples ideia, tornou-se num projeto nacional com milhares de participantes. A responsável é Inês Durão, de 19 anos, estudante de Design Gráfico na Escola Superior de Artes e Design (ESAD.CR), que fundou e organizou o projeto “Mãos à Obra”. O objetivo foi realizar sessões de limpeza em várias zonas de Portugal, marcando a diferença e alertando para os problemas ambientais.

A iniciativa, que germinou nas redes sociais da estudante, rapidamente ganhou relevo. “Desde o momento em que eu pensei no projeto, até ao momento em que ele aconteceu, passou um mês”, sublinha a estudante.

As partilhas no Instagram e no Twitter foram essenciais, bem como a parceria feita com a iniciativa “Ocean Hope”, que aumentou a divulgação nos media e a quantidade de público interessado em participar. Para Inês, o modo como a ideia cresceu “foi um bocadinho do nada, explosivo. Criei o projeto e na semana a seguir foi falado na televisão”.

Através da ajuda de representantes, que se encarregaram da logística de 96 grupos espalhados pelo país, o “Mãos à Obra” realizou-se no dia 22 de setembro. Apesar de a chuva se revelar um entrave, houve grupos que se organizaram posteriormente e começaram a limpeza na sua zona semanas depois da data marcada. No dia marcado para o evento, Inês Durão, presente na zona da Figueira da Foz, confessa que ficou surpreendida com a adesão das pessoas, tendo em conta o estado do tempo. “A pessoa mais nova que lá estava tinha 6 anos”, referiu.

Uma das dificuldades foi a comunicação com as Câmaras Municipais. “Achámos por bem enviar cartas a todas as Câmaras, porque não sabíamos se eram necessárias autorizações para alguma coisa. Como a limpeza acaba por estar ao encargo dos municípios, não queríamos ofender ninguém”, esclareceu a responsável pela iniciativa. Apesar da demora nas respostas, as Câmaras que se interessaram pela causa forneceram sacos para recolha do lixo, luvas e ajudaram no final com a distribuição do entulho. “Nós tínhamos zero dinheiro e fizemos zero dinheiro”, realça a estudante, lembrando que o importante foi a ajuda dada ao meio ambiente.

No total, em todo o país, foram reunidos 60 mil litros de lixo, com a ajuda de 2800 pessoas. O lixo reunido foi devidamente separado e as beatas recolhidas foram recicladas e usadas para o fabrico de tijolos.

Quanto a uma segunda data do “Mãos à Obra”, Inês já a anunciou para janeiro de 2020. Enquanto não se realiza, a estudante aconselha a visita do site do “Mãos à Obra”, onde se pode encontrar informação mais detalhada sobre o projeto.

Texto: Eunice Rodrigues | Inês Mendes | Yasmine Nicole