Os desafios da doença e do envelhecimento pelo olhar dos assistentes sociais

Helena Ramos, assistente social no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, e Nuno Figueiredo, assistente social na ACITI (Associação de Caxarias para a Infância e Terceira Idade), juntaram-se para discutir o papel do assistente social na velhice, em seminário online. A sessão foi transmitida na sala 0.11 da ESECS no dia 3 de dezembro, pelas 18 horas.

A função do assistente social nos serviços de saúde e a presença das instituições na vida dos utentes foram os dois grandes temas de discussão. Esta conferência de duas horas foi organizada pela licenciatura em Serviço Social e pelo TeSP em Intervenção Social e Comunitária, conjuntamente com a docente responsável, Luísa Pimentel.

A assistente social afirma que o envelhecimento da população é o elemento que tem mais impacto nos serviços de saúde, levando muitos familiares de doentes a recorrer ao serviço social por falta de capacidade para lidar com o processo de hospitalização. Neste processo existem três etapas, a admissão, a estadia e a alta, sendo que, esta última, se diferencia entre a alta clínica (pelo diagnóstico clínico) e a alta social (pela possibilidade de reinserção na sociedade), que podem ou não coincidir. Helena Ramos destaca precisamente a alta social, emitida pelos assistentes sociais, como um dos grandes desafios da intervenção nestas situações. Emitir esta alta apenas quando o doente recuperou capacidades, motoras ou cognitivas, faz com que, até lá, tenha acompanhamento.

É neste contexto que Nuno Figueiredo entra em ação. Quando os utentes precisam de acompanhamento, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) efetuam o auxílio em conjunto com os familiares do doente. Quando as instituições não têm recursos suficientes para dar resposta a todos os casos, recorrem à ajuda das Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI). O assistente social refere a necessidade de adaptação dos serviços prestados consoante as necessidades do utente.

O tema que gerou mais discussão foi a possibilidade de um doente cognitivamente estável, mas com incapacidades motoras, poder recusar ajuda social. As opiniões foram unânimes, chegando ao consenso de que, apesar dos conselhos do assistente social, o doente deve ter a liberdade de escolha.

Texto: Carolina Faustino | Diogo Maçarico | Jéssica Patrício