Uma aprendizagem mais prática
O Centro tem um papel importante para as escolas, são o seu “main business”, declara a diretora Paula Robalo. Existe uma colaboração direta com o agrupamento de escolas de Alcanena. Na origem desta relação está a vontade de fomentar o interesse dos alunos pela ciência, tecnologia e ambiente. A integração dos alunos nas atividades começa na pré-escola e jardim de infância, continuando no 1.º, 2.º e 3.º ciclos e acabando no ensino secundário. “Nós acompanhamos a etapa [escolar] toda destas crianças”, garante a diretora.
Os projetos e atividades são muitos e diferem consoante a faixa etária dos alunos. No pré-escolar há o projeto Ciência XXS, onde são realizadas atividades científicas experimentais nos jardins de infância. Já no primeiro ciclo existem atividades de enriquecimento escolar, tal como uma Escola Ciência Viva desenvolvida exclusivamente para estes alunos.
A Escola Ciência Viva, integrada no Centro, é diferente das tradicionais. Aqui, os alunos desenvolvem atividades experimentais, durante uma semana, relacionadas com o programa escolar. É uma forma diferente de aprenderem fora do seu ambiente natural e “uma mais-valia” para “perceberem a importância do trabalho” desenvolvido no Centro, como sublinha Maria Borralho, uma das técnicas educativas. As áreas e as temáticas abordadas são muitas, desde a mecânica dos ecossistemas até ao património natural, por exemplo. Fazem-se, ainda, “saídas de campo e observações de plantas’’, refere Anabela Cavalheiro, professora há 30 anos, que colabora com o Centro.
A articulação entre as componentes interativa e tecnológica é algo que atrai muito os alunos. “As crianças nascem com uma apetência e ligação à tecnologia; se dermos um aparelho eletrónico a uma criança, ela aprende instintivamente”, explica Margarida Borralho.
A adesão dos professores às atividades e visitas é bastante positiva. Trata-se de “uma aprendizagem não formal, lúdica, divertida. É um dia diferente onde aprendem muitas coisas”, enfatiza a professora de Ciências Naturais, Sónia Santos, da escola D. Maria II de Vila Nova da Barquinha, após visita ao Centro.
A opinião dos alunos é igualmente positiva. Hélder, de 12 anos, é aluno do 2.º ciclo e gostou da experiência: “É uma oportunidade para aprender mais”. Já a sua colega Lara, de 13 anos, destacou as atividades relacionadas com os morcegos porque conseguiu ouvir a audição dos morcegos e o seu batimento cardíaco enquanto hibernam e voam. Além disso, Lara considera a experiência interessante: “Gosto mais de estar aqui do que na escola”. Através de várias atividades, exposições e métodos de ensino mais práticos e divertidos, o Centro contribui para que haja uma cultura científica com mais exposição e integração por parte das crianças.