“Lápis Azul: A Censura no Estado Novo” é o nome da exposição patente no Museu do Vinho, em Alcobaça, que leva os visitantes a recordarem tempos passados da censura. Organizada pelo Museu Nacional da Imprensa, encontra-se em exibição até ao próximo dia 19 de junho.
A exposição itinerante, que está a cargo do museólogo e atual coordenador do museu, Alberto Guerreiro, foi inaugurada a 21 de abril com o intuito de retratar o período desde a revolução de Gomes da Costa até ao próprio dia 25 de abril de 1974. No local, é possível encontrar jornais que foram alvo de censura, documentos originais de detenção, fichas de levantamento de informação dos censores, os próprios lápis azuis e carimbos que foram doados ao Museu Nacional da Imprensa por um antigo censor, além de algumas réplicas e reproduções de documentos que demonstram a realidade da imprensa naquela época.
Aberta a todos os públicos, o importante nesta exposição é “passar a mensagem às novas gerações, à comunidade local”, refere Alberto Guerreiro. O museólogo salienta que “a adesão tem sido positiva, atraindo pessoas que normalmente se interessam por estas temáticas e que costumam visitar espaços como, por exemplo, o Museu Nacional Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche”.
Está assim preparada para receber turmas escolares e também grupos de visitantes, que, por vezes, estão de passagem pelo Museu do Vinho e aproveitam para voltar atrás ao tempo do Estado Novo. Da articulação entre a exposição e a comunidade, surgiu já a apresentação escolar de uma aluna do 12.º ano, sobre a censura, no local, com um jornalista do tempo retratado como convidado especial.
Grande parte dos documentos e objetos estão na posse do Museu Nacional da Imprensa, enquanto outros, tal como afirma Alberto Guerreiro, “foram doados por colecionadores privados, apenas com o propósito de enriquecer a amostra desta exposição itinerante”.
Texto e fotos: Francisco Beato | João Sardinha | Márcia Centeio