A música, o teatro e a literatura encontraram-se no mesmo palco através da peça “A Maior Flor do Mundo”, que abriu a 16 de novembro o I Festival Leiria Cidade Criativa. O evento decorreu no Teatro José Lúcio da Silva e foi organizado pela Câmara Municipal de Leiria.
A inclusão foi a base da criação da peça de teatro que se adaptou aos diferentes públicos. “O que torna esta peça diferente das outras, é o seu objetivo, pois é um espetáculo acessível a crianças, jovens, adultos, bebés e pessoas com atrasos cognitivos”, explica Frédéric da Cruz, diretor de produção e encenador da peça inclusiva.
O espetáculo pretendeu envolver diferentes gerações para celebrar o nascimento do escritor português galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998, através da sua obra infantil A Maior Flor do Mundo. O pano subiu com o foco na artista Matilde Cruz, que recorreu a uma atuação dinâmica e acompanhada pela musicalidade da cantora leiriense Surma. Para além de contar com a participação de intérprete de língua gestual, as folhas de sala do espetáculo continham a informação traduzida em braille e pictogramas.
Trabalhar e adaptar o texto foi um dos maiores desafios para Matilde Cruz, refere a bailarina de formação que, nesta peça, assumiu também papel de atriz. Da mesma forma, Carlos Vieira, ajudante de produção, afirmou que “a maior dificuldade foi a complexidade da adaptação do texto, pois fazer um espetáculo para o público em geral é mais fácil. No entanto, fazer um espetáculo que chegue a uma audiência que inclui pessoas cegas e surdas é um esforço agregado”.
Para Carlos Vieira, o evento foi bem recebido, uma vez que pessoas de diferentes idades e com necessidades específicas puderam assistir a uma peça cujo tema faz parte do imaginário da cultura portuguesa.
Texto: Afonso Vidigal | Paula Benavides | Sarahí Cárdenas