A licenciatura em Serviço Social e o CTeSP em Intervenção Social e Comunitária organizaram o seminário “Intervenção Social com Famílias Deslocadas e Crianças não Acompanhadas”, que teve lugar no auditório dos Serviços Centrais do Politécnico de Leiria, a 24 de novembro. Um dos pontos em destaque foi o processo de acolhimento a deslocados e de recolha de bens que ocorreu no seguimento da guerra na Ucrânia.
A participação prolongada de cidadãos, que justificou manter aberto o centro de recolha de bens, foi, para Ana Valentim, vereadora do Desenvolvimento Social e Saúde do Município de Leiria, uma surpresa que “superou todas as expetativas”.
“Foi um movimento de solidariedade que eu nunca vi e posso dizer que já ando nisto há alguns anos. Foi mesmo um apoio impressionante e, por isso, foi muito gratificante”, assegurou a autarca.
Vânia Esteves também partilhou a sua experiência no acolhimento de refugiados ucranianos, considerando-a um “desafio”. “Nunca tinha trabalhado neste contexto, com pessoas estrangeiras, e ter de aprender inglês. Neste novo cenário, a adaptação foi um fator determinante. Apesar de a minha experiência principal ser na área da terceira idade, tive de me adaptar a esta situação, para os conseguir compreender e ajudar”, referiu a educadora social e coordenadora da Estrutura de Acolhimento Coletivo de Leiria aos deslocados da Ucrânia.
Carolina Cravo falou, por sua vez, sobre o projeto “Aqui Mundos” da InPulsar, que opera no atual contexto de crise migratória. Tem como principal objetivo ajudar a integrar jovens estrangeiros não acompanhados requerentes de proteção internacional, que entraram sem família no espaço europeu. O seminário terminou com a partilha de experiências dos estudantes com os refugiados ucranianos acolhidos no Estádio Municipal de Leiria.
Na perspetiva de Cezarina Maurício, docente da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), o evento cumpriu o objetivo de ser um espaço de partilha e aprendizagem: “Possibilitou não só a vinda de convidados com quem aprendemos sempre muito, mas também a abordagem a temas que nem sempre temos espaço para trabalhar em aula”.
Texto: Mariana Ascenso | Tatiana Fonseca