A conferência “Diversidade no Ensino Superior: Inovação, Inclusão e Acessibilidade” foi o espaço escolhido para analisar os resultados do projeto 100% IN. No auditório dos Serviços Centrais do Politécnico de Leiria, o dia 28 de novembro foi dedicado ao debate sobre o apoio e a inclusão de estudantes durante o percurso académico, além da inserção no mercado de trabalho e transição para a vida ativa.
O projeto 100% IN iniciou em 2018 e trata de questões relacionadas com a inovação social no âmbito da inclusão integral de estudantes com necessidades específicas. Carolina Henriques, pró-presidente do Politécnico de Leiria, refere que o objetivo desta iniciativa é “o sucesso académico dos estudantes com necessidades educativas específicas, em situação de vulnerabilidade, seja física, psicológica ou social”.
“Os estudantes têm a possibilidade de acompanhamento por um gestor de caso e algum acompanhamento extra em unidades curriculares em que apresentem mais dificuldades, utilizando cartão de horas de apoio”, explica a Professora Coordenadora.
Existem outros disponíveis como o Buddy 100% IN, apoio prestado voluntariamente por estudantes, com características adequadas, nas tarefas diárias, tendo em conta as necessidades. Carolina Henriques sublinha, ainda, o papel dos Serviços Académicos, que dão “resposta individualizada” aos estudantes inseridos no projeto, bem como aos docentes.
Do lado de quem recebe estes apoios personalizados, a integração torna-se mais fácil. “Este projeto faz-me sentir igual aos outros apesar de ter as minhas limitações e problemas de aprendizagem”, conta um dos participantes, em testemunho partilhado pela Logframe, empresa responsável pela avaliação do 100% IN.
Os resultados do projeto indicam que os estudantes nele inseridos sentem maior facilidade na adaptação ao ambiente e funcionamento da escola. Consideram, por isso, haver benefício nas medidas adequadas às suas necessidades, que permitem ter sucesso académico e concluir os cursos por via do estatuto alcançado. Em termos de condições físicas, reconhecem a aposta do Politécnico de Leiria na melhoria das infraestruturas para permitir melhor acessibilidade.
Ao nível dos aspetos a melhorar, os estudantes com necessidades educativas específicas indicam o preconceito que ainda existe, sobretudo por parte de colegas. Reclamam, por outro lado, mais oportunidades que facilitem a transição para o mercado de trabalho, bem como a importância de divulgar mais o projeto.
O financiamento do 100% IN terminou, mas já foi submetido pedido a novo apoio financeiro. “O programa não vai terminar, as boas práticas são para continuar”, assegura Carolina Henriques.
Texto: Ana Carolina Gonçalves | Catarina Gonçalves | Mariana Macedo