Assistência Social não pode ser “um recurso ao invés de um curso”

Fernanda Rodrigues, presidente da Comissão Instaladora da Ordem de Assistentes Sociais, discursa num púlpito. Tem o cabelo branco, usa óculos e veste um casaco azul e um lenço azul e vermelho.

A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria recebeu Fernanda Rodrigues, presidente da Comissão Instaladora da Ordem de Assistentes Sociais, para o seminário sobre a relevância de uma Ordem de Assistentes Sociais (OAS). O evento foi organizado pela licenciatura em Serviço Social, como parte integrante do Ciclo de Seminários em Serviço Social e teve lugar no dia 10 de maio.

A palestra teve como principal objetivo esclarecer os estudantes sobre a evolução da profissão de Assistente Social e o processo até à criação da atual Comissão Instaladora da Ordem de Assistentes Sociais.

Impulsionadora da OAS, Fernanda Rodrigues partilhou que, quando chegou à profissão, a assistência social era tratada como “um recurso ao invés de um curso”. A dirigente sublinha que é uma profissão de grande exigência, que envolve muito trabalho pessoal, e que, apesar de ser atrativa pelo elevado nível
de independência, também pode tornar-se solitária. Segundo Fernanda Rodrigues, os profissionais da área perderam a força de conjunto devido à dispersão natural da sua profissão, o que tornou mais importante promover o associativismo.

Na origem da Comissão Instaladora da OAS está a luta e a perseverança da Associação dos Profissionais de Serviço Público (APSS), que conseguiu não só o reconhecimento internacional dos seus profissionais, como também ser a organização constituinte da União Europeia dos Assistentes Sociais. A presidente da OAD considera que o Estado deixou de regular esta atividade, por isso a Ordem de Assistentes Sociais tornou-se um pilar fundamental para a regulação interna e o acesso à profissão, uma vez que, anteriormente, qualquer indivíduo se podia autointitular de Assistente Social.

“A inscrição na Ordem é obrigatória para acesso à profissão de assistente social”, sublinha Fernanda Rodrigues, tornando a OAS um instrumento essencial para regulamentar os papéis da atividade. Os jovens licenciados em cursos e escolas devidamente acreditados por aquela organização têm entrada direta na Ordem. Podem ainda aceder à profissão licenciados em Serviço Social e antigos graduados em Política Social e Trabalho Social. Os profissionais que comprovem trabalhar como Assistentes Sociais há mais de dez anos também têm a possibilidade de se inscrever na Ordem.

Texto: Ana Carolina Carvalho | Ana Salina | Diana Regueira