“Quem é amado nunca morre”: Uma história sem igual

Pormenor da capa do livro intitulado "Quem é amado nunca morre", da autoria de Victoria Hislop. A imagem mostra um pássaro a esvoaçar através de uma janela aberta. As portadas são azuis e estão semi-partidas. Ao fundo vê-se o mar e uma montanha. Um ramo de árvore verde espreita do lado esquerdo. Na base do parapeito vê-se arame farpado.

“Quem é amado nunca morre” é um livro de Victoria Hislop que aborda a Segunda Guerra Mundial de uma forma diferente do que estamos habituados. Conta-nos a história de Themis, uma jovem grega, e da sua família politicamente dividida entre a esquerda e a direita, enquanto o seu país é invadido pela Alemanha. Ao assistir à miséria, fome e violência no país, e após perder a sua melhor amiga, Themis decide juntar-se ao exército comunista, com apenas 15 anos, para combater os inimigos de direita, numa guerra civil que ocupou a Grécia depois da saída das tropas alemãs. A narrativa dá também a conhecer cada membro da família, como a avó da Themis, que luta para manter o respeito entre os netos, apesar das suas diferenças.

Os irmãos de Themis são outro dos focos. Phanos é um ferveroso defensor das ideologias de esquerda e uma fonte de inspiração para as convicções da protagonista. A relação com a irmã Margarida, que sonha com uma vida luxuosa, é feita de atritos. Por último, Thanasis é um apoiante das forças de direita e um futuro polícia que abomina todas as ideias dos familiares de esquerda.

Nesta história, seguimos a vida da personagem principal e dos colegas que a acompanharam na sua jornada entre campos de guerra e prisões políticas. No regresso observa a discriminação e violência para com os apoiantes de esquerda, de modo que se torna reclusa na casa onde cresceu com medo de represálias pelo seu passado.

Victoria Hislop é uma jornalista e escritora inglesa de romances e contos, autora do bestseller “A Ilha”, que lhe garantiu a aclamação por um público mais alargado. É do seu grande apreço pela Grécia que surge a ideia de tornar este país o cenário de “Quem é amado nunca morre”, que visita regularmente e do qual recebeu, em 2020, a cidadania grega honorária por promover a sua História e cultura.

Este é um romance que nos “prende” desde a primeira página à última, de leitura fácil e fluida, com um incrível desenvolvimento e caracterização dos personagens. Mostra uma diferente visão sobre a Segunda Guerra Mundial, passada na Grécia, país que normalmente não é tão abordado quando se fala sobre esta temática. Fica a recomendação de uma obra que, além de ser uma boa história, ensina bastante sobre aquilo que não deve voltar a acontecer.

Texto: Carolina Rodrigues | Diana Monteiro | Raquel Filipe