JP Caldeano: Do cinema português à Velocidade Furiosa X

João Pedro Caldeano, diretor de fotografia de 41 anos, começou o seu percurso na licenciatura em Som e Imagem na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Com foco inicial na música, partiu para Londres para fazer um mestrado, mas os elevados custos dos programas surpreenderam-no, optando assim por se inserir diretamente na indústria cinematográfica. Aceitou um trabalho como técnico de câmaras, onde preparava equipamentos para filmes e o que seria uma experiência de dois meses, transformou-se numa estadia de 12 anos. Nessa época, passou 8 anos a trabalhar na área do cinema, o que foi um ponto de viragem na sua vida profissional.

Mais tarde, tendo recebido uma bolsa de estudos, consegue fazer mestrado em Cinematografia, o que lhe possibilitou a vivência de novas oportunidades, como a direção da longa-metragem Carga, um filme sobre tráfico humano, que descreve como um dos seus projetos mais desafiantes. “Essa responsabilidade de fazer a minha primeira longa-metragem deixou-me um bocado mais reticente. Tive de fazer mais pesquisa e dedicar-me mais para saber que aquilo a que me propunha era uma coisa que eu conseguia fazer”, explica. Foram surgindo trabalhos na área da publicidade, dos videoclipes e do cinema e foi ficando em Portugal. Atualmente dá aulas no secundário, ao curso de Audiovisuais nas Caldas da Rainha, e está a abrir um estúdio para os seus projetos pessoais e, futuramente, também para alugar a outros projetos.

Integrou a equipa técnica da longa-metragem Velocidade Furiosa X, que lhe permitiu participar a tempo inteiro na produção. Foi dos projetos mais “megalómanos” em que participou, sendo um filme com “um orçamento maior que aquilo que suportamos em Portugal”. Considera este o trabalho mais prazeroso que fez até agora, pois “nunca tinha estado envolvido tão diretamente com a equipa da filmagem”.

Descreve-se como criativo, responsável, companheiro e comunicador e mostra-se feliz por trabalhar na área de que gosta. “Fazer filmes e poder receber dinheiro por isso é fantástico”, assume. Admite não ter muito tempo livre, entre filmagens, aulas e o estúdio, mas gosta de surfar “quando o tempo assim o permite” e de viajar, coisa que tem feito mais em trabalho do que em lazer. Para já, o plano está traçado: “Ficar aqui na zona, a ver as nossas praias e o pôr do sol no final do dia”.

Texto: Carolina Gonçalves | Daniela Rodrigues | Diana Monteiro | Raquel Filipe