Estudante do Politécnico de Leiria entrega material escolar em Marrocos

Francisco Violante Lopes, estudante finalista do curso de Engenharia Automóvel na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico de Leiria, embarcou, no dia 7 de fevereiro, com o seu amigo Tomás Nunes Batista, na aventura solidária Uniraid 2025, com destino a Marrocos. O objetivo foi levar material escolar até às crianças do deserto marroquino.

Francisco já conhecia o projeto Uniraid e uma das motivações para participar foi perceber se o seu carro de uso diário, um Ford Fiesta Mk2 de 1988, aguentaria a viagem. E o veículo cumpriu. Apenas foi necessário o cuidado de aliviar alguma carga devido à pressão que o peso exercia sobre o carro. No final,
chegaram 80kg de material escolar às crianças, numa experiência que não deixou o estudante indiferente. “Toca no coração quando uma criança vem ter contigo a pedir. Percebes a insignificância dos teus problemas junto dos problemas daquelas pessoas e aprendes a agradecer mais aquilo que tens, vês a vida de outra perspetiva. Percebes que até para nascer é preciso sorte”, explica.

Esta edição do Uniraid foi uma estreia para Francisco Lopes, pois apesar de já existir a vontade de participar, só este ano conseguiu arranjar um companheiro “maluco ao seu nível”. Conta que Tomás, seu parceiro de aventura e amigo de infância, não hesitou em participar quando soube do projeto. “Fazer uma viagem destas ao lado do Tomás foi bastante fácil. Somos amigos desde os três anos e já nos sabemos compreender um ao outro”, conta sobre o amigo estudante de Gestão Portuária, na Escola Superior Náutica Infante D. Henrique.

Sobre imprevistos, o estudante relata um ferimento no rosto do parceiro, aquando de um ajuste da carga, que os levou a ter de fazer uma paragem no Centro de Saúde de Castro Verde. Outra situação envolveu uma fuga de água no termostato que apenas ficou resolvida com recurso a uma pastilha elástica.

De entre os desafios, Francisco assume que o mais complicado foi encontrar patrocinadores: “Não se fala muito sobre isto, as pessoas não conhecem. Tens de saber «vender» bem a ideia e, às vezes, persistir. Ouvi muitos «não», mas também ouvi «sim» e foi o suficiente”.

Texto: Laura Brito | Maria Santos | Nicolai Nazarov | Rafael Marques
Fotos: gentilmente cedidas pelo entrevistado