Politécnico de Leiria destaca-se na indústria dos drones

Drone aquático AquaLab

Três estudantes da licenciatura em Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Politécnico de Leiria, venceram o TecStorm 2025 com o projeto AquaLab, um drone aquático concebido para monitorizar a qualidade da água em tempo real. Também no campo dos drones, a academia leiriense está a desenvolver o projeto DUVOPS – Digital Twins Heterogeneous Unmanned Vehicles Ocean Preservation System, que combina drones, gémeos digitais e inteligência artificial para proteger o oceano e reforçar a segurança marítima em Portugal.

O projeto AquaLab combina robótica, eletrónica e análise de dados, apresentando um drone aquático com estrutura inspirada num catamarã para maior estabilidade. Equipado com sensores de alta precisão, o dispositivo transmite dados via rádio para uma plataforma online, permitindo aos utilizadores aceder a informações em tempo real sobre a qualidade da água. As suas características foram reconhecidas no TecStorm, considerado o maior hackathon universitário em Portugal, que decorreu no final de março em Lisboa, reunindo equipas de todo o país para desenvolver soluções tecnológicas inovadoras em apenas 24 horas.

Três rapazes posam para uma fotografia. Usam sweatshirts pretas com detalhes a amarelo, onde se encontra o logótipo do Politécnico de Leiria. São brancos e têm o cabelo escuro. Dois deles têm barba.

Equipa criadora do projeto AquaLab

O primeiro lugar da competição, não foi, porém, obtido sem superar alguns desafios técnicos. “Tivemos vários imprevistos, como falhas técnicas no computador e problemas com sensores. Mas é esta a essência de um hackathon: o inesperado acontece e temos de improvisar”, explica Guilherme Cruz, um dos elementos do coletivo leiriense, a par de Dinis Roxo e Gonçalo Ferreira. Uma boa dinâmica de equipa foi, por isso, essencial: “A nossa equipa encaixa-se na perfeição, porque aquilo que eu não sei, provavelmente um dos outros dois sabe. Isso torna o nosso trabalho complementar e mais eficaz”, refere Gonçalo Ferreira.

Drones que protegem os oceanos
Liderado por António Pereira, professor da ESTG, o projeto DUVOPS cria um sistema avançado para monitorizar, proteger e intervir no território marítimo através da inteligência artificial, integrando parceiros.

Para o investigador do Centro de Investigação em Informática e Comunicações (CIIC), é importante ter logo a noção de quando as coisas acontecem, para lançar alertas e “evitar que a degradação do ambiente se propague”.

O DUVOPS representa um avanço significativo na aplicação de tecnologias emergentes à proteção ambiental e segurança marítima, já com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia na ordem dos 250 mil euros. O objetivo é colocar Portugal na vanguarda da inovação tecnológica para a preservação dos oceanos e reforço da vigilância costeira.

Texto: Lara Antunes | Laura Leal | Matilde Ferreira | Matilde Mariano