Rui Daniel nasceu no Luxemburgo em 1977 e veio para Portugal, terra natal dos seus pais, na adolescência. Licenciou-se em Ensino de Música pela Universidade de Aveiro e iniciou a sua carreira como pianista acompanhador no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Aveiro. Atualmente, é professor no Orfeão de Leiria.
É célebre pelos mais de 140 países que já visitou e fala sete idiomas: português, inglês, francês, luxemburguês, alemão, espanhol e latim. Na sua mais recente viagem aprendeu árabe.
Este interesse por viajar foi despertado num ponto de viragem na vida de Rui Daniel, aquando do falecimento do pai. Aprendeu que o melhor a fazer era aproveitar a vida ao máximo. “Quero fazer as coisas e não me arrepender”, afirma. Desde então, ainda não parou.
As divergências culturais que encontra nos vários países, bem como o desmistificar de uma cultura e imagem ocidental pré-concebidas, são os aspetos que mais o fascinam. Pelo continente africano, ficou completamente maravilhado com a Somália, o Burundi e a Nigéria, “onde as pessoas são mais puras.” Destaca ainda países da Ásia, como o Afeganistão, Irão e Iraque. Rui Daniel salienta que gosta muito de ir “a sítios onde ninguém vai”.
Rui não se ficou pelas viagens de caráter turístico. Começou a dedicar-se a questões de foro humanitário e teve contacto com algumas associações em África.
Numa ida ao Quénia, trabalhou com Marta Baeto na Fundação Kibera with Love. Hoje, ajuda a Fundação Maria Cristina através da plataforma JustGiving, a qual preconiza a angariação de fundos através de doações e mobiliza pessoas para a causa.
Como “tudo tem uma história”, Rui Daniel conheceu a fundação a partir de um livro dado pela mãe de uma aluna sua, da autoria de Maria Conceição, a primeira mulher a subir o Everese e a criadora da fundação Maria Cristina no Bangladesh. Entrou em contacto com ela e decidiu partir com destino a este país e ajudar as crianças nos bairros de lata.
Através do livro “Crónicas à volta do mundo”, Rui Daniel Silva partilha todas as experiências e aventuras por que passou durante as viagens, das mais positivas às negativas, como ter sido preso e agredido fisicamente.
Já voltou do Bangladesh, para onde partiu em julho. Traz novas histórias, a certeza da amabilidade deste povo, ajudando a criar uma imagem diferente da que conhecemos deste país. Está agora em Portugal, a dar aulas e a escrever as suas crónicas. Mas já pensa nos próximos destinos que quer visitar.
Texto: Carolina Santos | Juliana Oliveira | Tetiana Boichuk
Fotografia: Juliana Oliveira