Como poupar no ensino Superior

ESECS discute educação financeira

Milhares de alunos ingressam todos os anos no Ensino Superior e enfrentam pela primeira vez custos e responsabilidades nunca antes sentidas. Despesas de habitação, alimentação, transportes e materiais escolares são alguns dos novos desafios.

De acordo com Marlene Sousa, docente de economia e gestão e subdiretora da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do IPLeiria, “os níveis de literacia financeira nos estudantes de ensino superior são mais baixos do que o desejável”. Neste sentido, a ESECS tem realizado diversas conferências e eventos sob o mote “Já poupaste hoje?”. Segundo Tânia Santos, também docente de economia e uma das responsáveis pelo projeto, a iniciativa tem por objetivo “preparar os estudantes para o futuro”, ajudando-os a “melhorar a sua literacia financeira”. São várias as atitudes que podem ser adotadas pelos jovens e que fazem toda a diferença na hora de poupar.

Uma das principais medidas apontadas por Patrícia Pereira, psicóloga do Serviço de Apoio ao Estudante (SAPE), do IPLeiria, é “levar comida confecionada em casa para a universidade, de forma a evitar gastos em refeições na cantina, bar ou em cafés”. E porque o Ensino Superior é também sinónimo de convívio entre estudantes, a psicóloga aconselha: “a melhor forma de conviver sem haver excesso de gastos é juntarem-se em casa de alguém para ver filmes ou fazer jantares, dividindo as despesas entre todos”. Por sua vez, Tânia Santana, jurista da DECO de Coimbra e oradora da conferência que assinalou o Dia da Formação Financeira, acrescenta a importância de “fazer listas de compras de forma a evitar comprar produtos alimentares não necessários”, assim como “criar tabelas em que o estudante discrimine todo o dinheiro que tem à disposição, tal como as suas despesas diárias”. Para os jovens que estudam na sua área de residência, a jurista propõe a “partilha de boleias de forma a reduzir os custos de viagem”.

Além das diversas conferências, os alunos do IPLeiria têm ainda “à sua disposição alguns serviços que os poderão apoiar nesta gestão do seu dinheiro”. O SAPE e o próprio Programa de Educação para a Literacia Financeira (PELF) são alguns desses exemplos”, sublinha Marlene Sousa. Criado em 2008 por docentes das áreas de Economia e Matemática da ESECS, o PELF surgiu devido à conjuntura económica que evidenciava um nível de endividamento dos consumidores. De acordo com Tânia Santos, uma das docentes coordenadoras, o projeto visa “implementar ações que permitam melhorar conhecimentos e atitudes financeiras da comunidade IPLeiria e sensibilizar a comunidade académica para a importância da poupança e para situações de risco que podem afetar o seu rendimento”.

Texto: Adrien Rodrigues, Ana Lúcia Guerra, Cristiana Alves