“La La Land”: O buzz mediático

Sete nomeações para os Globos de Ouro. Catorze nomeações para os Óscares 2017. La La Land é o melhor musical dos últimos tempos? Sim. O que só por si não era difícil de se conseguir visto ser uma categoria cinematográfica em forte declínio.

Sendo um dos filmes mais mediáticos do ano, seria de esperar que a história da obra se destacasse
em relação às outras. Com uma narração pobre e algo aborrecida, o guião deixa, no entanto, algo a
desejar. O buzz mediático em torno de La La Land, dirigido por Damien Chazelle, justifica-se pela elegante interpretação de Ryan Gosling (Sebastian) e de Emma Stone (Mia). O trabalho cinematográfico é também de alta qualidade, o que transforma o filme em duas horas agradáveis e bem passadas dentro da sala de cinema.

O filme conta-nos a história de Sebastian, pianista de jazz, que conhece uma aspirante a atriz – Mia.
Os dois rapidamente se apaixonam, protagonizando uma bonita história de amor. Ao longo do filme as personagens procuram oportunidades para as suas carreiras, ao mesmo tempo que sonham com uma relação perfeita. A química entre os atores, que representam cada cena apaixonadamente, não permite que as idas e vindas no tempo tornem o filme menos fluído. O leque de cores presente nas duas horas de filme é um elemento que torna a obra mais vibrante e emotiva. As músicas escolhidas ajustam-se na perfeição ao enredo e são fundamentais para que o espectador se apaixone pela película.

La La Land não é um musical puro, mas funciona muito bem como híbrido entre um musical e um
drama. Chazelle foi, assim, capaz de criar um filme preparado para agradar a qualquer um, inclusive aos menos apreciadores de musicais. Apesar da narração um tanto ou quanto pobre, este é um filme que puxa por nós e que entretém, sem querer ser mais do que é. É um filme bem conseguido na sua simplicidade, onde a destreza cinematográfica e de representação se unem num impacto positivo e numa experiência de emoção e entretenimento.

Texto: Márcio Lima e Tiago Dias