Concluiu a licenciatura e o mestrado em Engenharia Eletrotécnica, no IPLeiria. Aos 27 anos iniciou o doutoramento em Ciências e Tecnologias de Informação no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Ricardo Monteiro concorreu agora a uma bolsa da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e foi selecionado: “A FCT tinha seis bolsas para atribuir. Candidatei-me e fiquei com uma”, explica.
A instituição possui parcerias com a agência espacial norte-americana NASA, com o objetivo de promover estágios subsidiados. Durante o estágio, Ricardo Monteiro irá trabalhar com representações visuais e sonoras de planetas. O estudante leiriense refere que este tipo de trabalho visa construir modelos tridimensionais, partindo de fotos captadas por satélite, para facilitar o decorrer das missões espaciais.
“Vão ser imagens da Lua, de Marte e da Terra. Os satélites tiram várias fotografias, sendo possível determinar a origem a o local das imagens. A ideia é pegar nesse conjunto de fotografias e fazer um modelo tridimensional do planeta”, explica.
Ricardo lembra que a NASA já desenvolve este trabalho há alguns anos, embora esteja sempre a tentar aperfeiçoar as técnicas utilizadas, de modo a obter informações mais precisas.
Ricardo Monteiro acredita que desta experiência irão surgir novos conhecimentos e, potencialmente,
oportunidades de trabalho. O antigo aluno do IPLeiria parece mais determinado a permanecer no estrageiro, quer pelas possibilidades de aprendizagem, quer pelas facilidades de financiamento e integração em projetos científicos. Por agora, deseja voltar a Portugal apenas para terminar o doutoramento. Refere, no entanto, que um projeto aliciante o poderia fazer pensar duas vezes.
“Considero o estágio uma mais-valia, já que vou fazer coisas diferentes daquilo a que estou habituado. Penso voltar para terminar o doutoramento, mas não espero ficar no país, ainda que uma boa proposta seria um motivo de interesse. Quero trabalhar na área de investigação e as ofertas em Portugal são reduzidas. Vou para onde houver oportunidades”, afirma, bastante motivado pela ideia de poder encontrar trabalho nos Estados Unidos.
Ricardo Monteiro acredita que, para ter sucesso, é essencial gostar da área, trabalhar bastante e ser o
mais aplicado possível: “Rodeei-me de pessoas que me inspiram e motivam. E isso faz toda a diferença”, confessa. A receita, afinal, aplica-se aos estudantes de qualquer domínio científico e grau académico. Basta aplicá-la.
Texto: Ana Sofia Fonseca, Ana Pinto e João Bento