Politécnico de Leiria adere ao projeto Link Me Up – 1.000 ideias

Criar um contacto com empresas e organizações de caráter social e cultural, dando oportunidade aos estudantes do ensino superior de trabalhar desafios reais, é o principal objetivo do projeto Link Me Up – 1.000 ideias. A iniciativa, desenvolvida através da plataforma internacional Demola, iniciou a 22 de março e envolve todas as escolas do Politécnico de Leiria (ESECS, ESTG, ESTM, ESAD.CR e ESSLei).

O projeto teve início na Finlândia e hoje existe em 15 países, nos quais se inclui Portugal, com a participação de 13 Politécnicos, contando com o Politécnico de Leiria. O objetivo global é construir em conjunto valor para a comunidade. A metodologia Demola diz respeito à constituição de equipas multidisciplinares, incluindo estudantes de várias áreas, empresas, organizações e professores. Neste contexto, são as empresas e organizações que lançam desafios/problemas reais para que, em conjunto, se possam encontrar respostas e apresentar sugestões.

Os professores que acompanham as equipas e o processo de cocriação são designados “facilitadores”. Na ESECS, integram a equipa Rui Santos e Antónia Barreto, que destacam o interesse da metodologia Demola por “reunir um conjunto de ideias e visões de diversas pessoas que é posteriormente aplicado a casos reais”, explica Antónia Barreto. Para a facilitadora de projeto, esta interação revela-se “uma verdadeira aprendizagem pedagógica, que abre novas possibilidades de negócio ou de apoio aos já estabelecidos, tendo em consideração que se trata de casos reaus e que apelam ao desenvolvimento de capacidades de negociação”.

Estão neste momento a decorrer 12 projetos no Politécnico de Leiria, como o Ready, healthy, go!, que diz respeito à procura de soluções que incluam mais vegetais e alimentos ricos em nutrientes e minerais em refeições convenientes e prontas a comer, ou a Creating SM@RT walls!, cujo desafio consiste em agregar valor às paredes móveis atuais, criando diferentes dimensões, como a capacidade de comunicar através delas e de integrar recursos novos e inovadores. Na área do ambiente, o projeto Li(s)ustain – Depolluting a River desenvolve propostas de intervenção no Rio Lis. Na área da Educação e da Intervenção Social, o projeto IN School: Global Diversity procura soluções para a integração de alunos imigrantes e de promoção da comunicação em contexto marcado pela heterogeneidade cultural. Estão ainda em curso projetos na área da cerâmica, reutilização de plásticos, sistemas de reabastecimento de hidrogénio, realidade virtual, alimentação com base em recursos marinhos, tecnologia em saúde, talassoterapia e felicidade no trabalho.

A iniciativa, inteiramente em formato online, promoveu a utilização de algumas plataformas dinâmicas e interativas, alargando assim o leque de novas formas de comunicar. Rui Santos afirma que este é um fator que incentiva a busca de informações e soluções, obrigando a que cada equipa “puxe” mais por si. O planeamento das sessões é realizado no momento em que é lançado o desafio e o papel da equipa de facilitadores é guiar o grupo de estudantes na utilização das diversas ferramentas. Desenvolver um projeto com uma interligação de estudantes, empresas e professores, inserido num contexto que abrange vários países, é uma das mais importantes aprendizagens para Rui Santos. “Acabamos por crescer juntos”, remata o professor.

Texto: Daniela Piedade | Mariana Cruz | Rúben Filipe
Foto: Aaron Burden | Unsplash