A família construída a dançar
As amizades que se fazem são, para Liliana, além das regras, um dos aspetos mais importantes da dança. A ex-aluna da escola revela que as relações mais duradouras da sua vida “foram criadas na dança, não sendo relações muito presentes”, mas quando estão “todos juntos tudo se mantém”. Tornaram-se ligações fortes, pois os alunos passam a maior parte da sua semana juntos na escola e isso faz com que conheçam “todas as facetas que havia para conhecer de todos, toda a raiva, frustração, má disposição felicidade”. Ao falar da união entre alunos, Francisco faz um paralelo com o livro “A Arte da Guerra” de Sun Tzun, que refere que “a melhor forma de unir um grupo é colocá-los em situações-limite”, porque, quando assim acontece, eles vão-se agregar.
O companheirismo que se faz sentir, em qualquer momento, também lembra Liliana dos dias de espetáculos. Já com todo o nervosismo e pressão, quando alguém necessita de ajuda para se preparar, porque tem pouco tempo, a ex-aluna menciona que é “impagável”, ver outra pessoa a correr pelo meio da sala para ir ajudar.
“O que acontece ali vai muito para além daquelas quatro paredes. As pessoas unem-se e, apesar de terem passado anos, veem-se como família. A escola de dança é muito para além de uma escola de dança, é uma escola da vida”, refere Francisco Malhado. Para o professor, o amor à dança há de sempre transparecer nos olhos de quem dela gosta.
Texto: Mariana Ferreira
Fotos: gentilmente cedidas por Francisco Malhado, Liliana Pereira e Lucilina Sobreiro