
Recolha de camisas de algodão para “Almofadas do Coração” promete ajudar pacientes oncológicos. A iniciativa de estudantes de Fisioterapia do Politécnico de Leiria e da Liga Portuguesa Contra o Cancro uniu voluntários em torno da vontade de contribuir para melhorar a vida de outros.
Tudo começou a 12 de novembro de 2022, com o Dia Nacional da Fisioterapia. Natália Martins, docente responsável da unidade curricular de Fundamentos da Fisioterapia e membro da Liga Portuguesa Contra o Cancro, estimulou a condição altruísta de um grupo de estudantes da licenciatura em Fisioterapia (1.º ano), da Escola Superior de Saúde de Leiria (ESSLei). Motivo do desafio: associarem uma causa solidária à comemoração do Dia Nacional da Fisioterapia.
“Achámos que devíamos demonstrar que este dia existe e fazer alguma coisa diferente, que fosse rica e que ajudasse alguém”, explica a delegada de turma, Iara Felismino. Para Natália Martins, o resultado da mobilização da turma foi ainda mais importante do que o pretexto: “Arranjámos aqui um argumento muito bonito para nos juntarmos a uma causa solidária e criar esta campanha”.
O envolvimento da comunidade estudantil fez-se sentir e não é encarado como uma atividade pontual, antes como um investimento que tem de ser prolongado no tempo. “Nós sentimos que isto não é um projeto de uma semana, mas sim um projeto contínuo e que vai ter frutos, claro, mas com tempo”, explica a estudante de 18 anos.
A campanha iniciada a 12 de novembro pretendia dar vida às camisas de algodão que as pessoas já não usam, com o objetivo de as transformar em corações que, como é referido nos materiais de divulgação, “servem como apoio do membro superior, a fim de aliviar a pressão da axila sobre a área da cirurgia, diminuindo o edema e aliviando a dor – Recolha de camisas (de ALAGODÃO) que servem de matéria-prima para a confeção das ‘Almofadas do Coração’”.
Trata-se de uma campanha destinada a mulheres com cancro da mama, iniciada em 2016 com o projeto “Almofadas do Coração”, dinamizado pelo Núcleo da Região Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro através do Grupo de Voluntariado Comunitário de Pombal. Esta associação, que tem vindo a recolher as camisas e a manufaturá-las pelas mãos das fadas da costura, tem o intuito promover o envelhecimento ativo e os encontros intergeracionais, colocando as manualidades dos voluntários ao serviço do bem comum. Mantém, também, uma relação de simbiose com o Museu Marquês de Pombal e o Museu de Arte Popular, para onde são enviados os tecidos já não utilizados e, posteriormente, aproveitados para as atividades dos museus, como o Festival Pombalino, que usa os tecidos para elaborar a indumentária dos saltimbancos e das demais personagens que abraçam as recriações histórias do evento.