Estudantes da ESSLei abraçam causa solidária

Mais do que almofadas

Todas as almofadas confecionadas foram devidamente embaladas e entregues no Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Depois, as voluntárias hospitalares distribuem-nas às mulheres em fase de pós-operatório de mastectomias. As almofadas são, assim, pensadas com dois objetivos: por um lado, ao receberem o símbolo do coração, as pacientes sentem-se confortadas e apoiadas num momento de fragilidade emocional; por outro, o formato da almofada serve uma função específica. “É pensada anatomicamente porque, se pegarem nela, encaixa-se perfeitamente na axila e dá um conforto extra à mulher”, explica Natália Martins.

Esta não é a única iniciativa de solidariedade em que a docente está envolvida. Existe um conjunto de processos de reciclagem e aproveitamento de tecidos que permitem ajudar várias causas. Através de um grupo de voluntariado comunitário e de um projeto em envelhecimento ativo, Natália Martins conhece senhoras que já não trabalham e querem ajudar. As almofadas em forma de coração obedecem a um molde que só pode ter costuras nas laterais e, com o tecido que sobra, são feitas bolsas de que os pacientes operados aos intestinos necessitam.

O circuito de reaproveitamento em prol de causas não termina aqui. A Liga Portuguesa Contra o Cancro também já teve um projeto chamado BECA, que é o Boneco da Esperança, da Coragem e do Amor, elaborado a partir de sobras de tecido para oferecer à ala oncológica do hospital pediátrico de Coimbra.

Mais recentemente foram feitas parcerias, uma delas com “Os Amigos da Anita”, que recolhe roupa e bens para distribuir. A parceria com esta associação de Pombal acontece devido à doação de camisas para o projeto “Almofadas do Coração”.

A docente da ESSLei refere, ainda, que a Liga Portuguesa Contra o Cancro recebe camisas que não são de algodão e, como não se conseguem aproveitar, reencaminham-se para a reciclagem têxtil. Ainda no mesmo contexto, surge uma outra parceria com uma empresa que recicla têxteis. “O que nós sabemos é que ajudamos uma associação. Por cada 1000 quilogramas de têxteis que enviamos para a reciclagem recebemos 50 euros. É pouco, mas é muito significativo porque o ciclo completa-se”, esclarece Natália Martins.