Congresso Tecer Comunidades reúne especialistas para promover o diálogo e o impacto das artes na sociedade

Fotografia tirada dentro de um teatro, em direção ao palco. Em baixo, estão cadeiras e algumas pessoas sentadas e em pé. No palco está um microfone, cinco cadeiras e um ecrã onde se vê a imagem do evento Tecer Comunidades.

O Teatro Miguel Franco foi palco do Congresso “Tecer Comunidades: Caminhos das Artes na Intervenção Social, na Educação e na Cidadania”, nos dias 21 e 22 de março. O evento teve como objetivo promover a discussão sobre as Artes, a Intervenção Social, a Educação, a Mediação Artístico-Cultural, a Inclusão e a Cidadania, demonstrando o seu impacto nas diversas esferas da sociedade.

Contou com várias palestras, ao longo dos dois dias, orientadas por professores, investigadores, estudantes e profissionais do mundo das artes, numa abordagem dinâmica. Olga Morouço, membro da organização, destaca a adesão alargada de participantes, sobretudo tendo em conta tratar-se de uma 1.ª edição do evento, estando a ser equacionada a sua continuidade.

A sessão de boas-vindas teve a presença de representantes das várias instituições organizadoras, seguindo-se um primeiro painel intitulado “Caminhos das Artes na Intervenção Social”, orientado para refletir sobre a importância do envolvimento da comunidade nas questões sociais através da arte. As sessões paralelas do primeiro dia, à tarde, decorreram no Atlas Bar, seguindo-se um momento cultural na Livraria Arquivo, com João Maria André e outros poetas convidados.

O segundo dia teve como tema “Sementes a Germinar”. Foram apresentados três painéis, focados na mediação, nas artes e na educação. Hugo Ferreira, um dos oradores e responsável pela gestão de projetos da Omnichord Records, mostrou-se “muito surpreendido, pela positiva, pela afluência ao evento”, enquanto Vasco Silva, responsável pelo agenciamento nacional da mesma empresa, enfatizou o “espírito de comunhão presente”.

O programa contou com a intervenção de Pascal Gielen, escritor e professor titular de Sociologia da Cultura e da Política na Universidade de Antuérpia, que levou a cabo uma palestra sobre o ensino da arte no catering regime e a perda de uma comunidade política.

O público foi bastante recetivo, demonstrando interesse nas ideias partilhadas pelos oradores. Rafael Santos, um dos espetadores, considerou ser “interessante ver a perspetiva de que as artes podem ser extremamente integradas, não precisam de ser isoladas”.

Mariana Sirena, oradora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, salientou a pertinência do título do evento, pois, metaforicamente, foram tecidas comunidades “através do compartilhamento de relatos”.

O congresso, organizado pelo Núcleo Distrital de Leiria da EAPN Portugal, pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), pelo Centro de Estudos Interdisciplinares (CEIS20) da Universidade de Coimbra e pelo Município de Leiria, terminou com a inauguração da exposição Humanae, de Angélica Dass, que esteve em exibição em frente ao Banco das Artes até ao passado dia 14 de abril.


Texto e fotos: Beatriz Teodoro | Joana Fernandes | Lara Mota | Raquel Rocha