Cinema sem fronteiras no Leiria Film Fest 2024

A imagem mostra um palco, com três pessoas. Uma delas fala ao microfone. Duas estão vestidas de preto e olham na direção da primeira. Atrás dos três, há uma projeção com a imagem da edição de 2024 do Festival de Cinema Leiria Film Fest. Vê-se o público de trás, sentado nas cadeiras, a olhar em direção ao palco.

Marta Monteiro foi a grande vencedora do 11.º Leiria Film Fest, com “Sopa Fria” a obter o prémio de Melhor Curta-Metragem. O Festival Internacional de Curtas-Metragens reuniu uma seleção de 38 obras em competição, oriundas de 19 países de todo o mundo, entre 8 e 12 de maio, no Teatro Miguel Franco e no m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento.

O evento, organizado pela Leiria Film Fest – Associação Cultural, atribuiu também destaque a “A Good Boy”, de Paul Vicent de Lestarde, e a “As Gaivotas Cortam o Céu”, de Mariana Bártolo e Guillermo García López, nas categorias de Melhor Curta-Metragem de Ficção Internacional e Nacional, respetivamente. No género documental, foram premiadas as curtas “Under One Roof”, de Yu Wang, e “Flor de Laranjeira”, de Rúben Sevivas. O cinema de animação incluiu três prémios: Animação Internacional, ganho por “Blue” de Weronika Szyma, Nacional, atribuído a “Sopa Fria” de Marta Monteiro, e votação das Crianças, que premiou Nacho Arjona com o trabalho “Homework”.

Bruno Carnide, diretor-fundador do festival e docente na área de cinema do Politécnico de Leiria (IPLeiria), explica que o objetivo é trazer um cinema diferente à cidade e abrir as visões e perspetivas do público para poder “respirar” outras culturas, proporcionando uma experiência única e diversificada. O diretor destaca o crescimento do festival e do apoio da comunidade ao longo dos anos e salienta a sua importância para a cidade, por oferecer uma alternativa ao cinema comercial, tanto para o público, quanto para os alunos das escolas locais. O evento promove sessões especiais para crianças, que, segundo o realizador e produtor, “têm criado alguma ‘semente’ nos mais jovens, o sentimento de querer contar também as suas histórias”.

“É ótimo os estudantes do Politécnico poderem dizer que existe um evento deste tipo na sua cidade”, refere Rúben Sevivas, realizador vencedor da categoria Melhor Curta-Metragem Documental Nacional. “Têm sempre uma ‘janela aberta’ para poder tratar diretamente com profissionais desta área”, destaca.

Lara Tomás, estudante participante da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR), expressa a importância da parceria do Politécnico de Leiria com o festival e salienta que “é uma ligação que tem de continuar a ser feita para dar a conhecer cinema mais jovem”. Considera que o evento representa “um marco positivo na carreira de um jovem aspirante a realizador” e “dá inspiração para continuar”.

Filipa Serra e Rita Duarte frequentam o curso de artes no ensino secundário e referiram que foram surpreendidas positivamente pelo festival ao encontrarem variadas produções de diferentes países e não apenas de origem portuguesa, o que contribuiu para uma experiência mais enriquecedora. As alunas destacaram a importância que o evento teve na forma como podem abordar os seus próprios trabalhos e no desenvolvimento do espírito crítico.

Texto: Beatriz Carvalho | Cristiana Santos | Joana Agostinho | Lara Libânio
Fotos: Jorge Bernardes | Carpe Momentum