O semestre não está de quarentena

O vírus entrou sem pedir licença, mas em casa estamos bem

Se é verdade que a pandemia fechou algumas portas, também abriu outras. Muitos jovens sentem-se menos pressionados por esta nova rotina, outros nem tanto, revelando dificuldades de adaptação. Existe, no entanto, um elemento comum a todos: a saudade do mundo lá fora e das relações sociais. É um sentimento que todos os dias bate à porta.

São tempos em que os jovens manifestam o desejo de voltar a encher as ruas de Leiria, de voltar a reaver os amigos, poder abraçar, beijar, tocar e, sem dúvida, de voltar ao espaço físico da escola. Mas são, por outro lado, tempos que têm permitido refletir melhor sobre a realidade dentro e fora de casa.

Tatiana Rosa considera que “este surto surge como uma espécie de seleção natural do universo e da mãe natureza, que precisava de uma pausa. O ambiente agradece”. Mariana Santos nota, por sua vez, que o convívio com a família tem sido um ponto bastante positivo no contexto de uma situação tão negativa: “No nosso dia a dia normal, antes do isolamento social, nem sempre tínhamos tempo para almoçar ou jantar juntos, coisa que agora fazemos todos os dias”.

Apesar de todo o dramatismo, lembra Tatiana, talvez a mudança drástica de hábitos e comportamentos causada pelo Covid-19 nos tenha permitido “perceber o que é, efetivamente, prioritário e de que forma nos podemos ajudar, sem egoísmos”.

O vírus não tira férias e compromete a vida e os desejos de milhares de jovens. Muitos preparavam-se para abraçar as tradições académicas, outros anseiam pelo término das licenciaturas. O flagelo não bateu à porta, entrou sem pedir licença. As perguntas são muitas. Quanto tempo irá durar o isolamento social? A normalidade será reposta tal e qual a conhecemos? O que fica do Ensino à Distancia no período pós-vírus? Por agora, a única resposta com grau elevado de certeza, é que em casa estamos bem.

Texto: André Silva | Carolina Frade | Francisco Constantino | Miriam Tormenta