O semestre não está de quarentena

Representação do novo coronavírus.

O Covid-19 chegou para baralhar a vida de milhões de portugueses. Do real para o virtual, da caneta para o teclado, todos os cursos do Politécnico de Leiria foram ajustados ao sistema de e-learning. O Akadémicos procurou perceber qual o impacto do período de distanciamento e da aplicação do Ensino à Distância na vida dos estudantes.

Desde dezembro de 2019 que se ouve falar do vírus que apareceu na China, mas que rapidamente se espalhou pelo mundo inteiro. Covid-19, ou novo coronavírus, é uma infeção que se assemelha a uma gripe comum ou a uma doença mais grave, como a pneumonia. As formas de prevenção não chegaram para travar uma epidemia que, rapidamente, passou a pandemia.

Quarta-feira, 18 de março de 2020, ficou na memória. O Governo português decretou o estado de emergência que impôs o dever geral de recolhimento domiciliário, a generalização do teletrabalho e o fecho de serviços públicos e de vários sectores económicos, sobretudo o comércio. O distanciamento social passou a regular a vida dos portugueses. Os estabelecimentos de ensino já haviam encerrado a atividade letiva presencial no final da semana anterior.

A aposta no Ensino à Distância surgiu como o caminho natural para salvar o semestre letivo. O Politécnico de Leiria acolheu, na verdade, uma solução no domínio da qual já possui oferta formativa desde 2008. A adaptação ao sistema online, segundo os estudantes, tem-se feito de modo progressivo, sem grandes percalços. As dificuldades surgiram, sobretudo, nas primeiras duas semanas de transição.

“Eu e os meus colegas tivemos de contar com a adaptação dos vários docentes. Foi difícil mudar tão subitamente os métodos de ensino, tanto para nós como para eles. Mas tudo, agora, parece estar encaminhado”, afirma Mariana Santos, estudante de Fisioterapia.

Falta o cheiro das salas e dos corredores. Falta o ângulo que vai da cadeira ao quadro, do estudante ao professor, cara a cara. Falta o contacto com os colegas. É certo que existem dificuldades de adaptação, mas várias ferramentas de trabalho, como a plataforma Moodle, são já familiares e acompanham o percurso do estudante desde o primeiro dia de entrada na instituição. Trata-se, na realidade, de um misto de normalidade e mudança.

Os estudantes sentem-se entusiasmados com a solução e encaram-na de forma positiva. Para Daniela Rodrigues, estudante de Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Leiria, “as aulas online têm ajudado imenso para não nos sentirmos perdidos, pois do outro lado há sempre alguém para nos ajudar”. A tecnologia e o mundo digital ditam as regras. Importa, acima de tudo, não perder a rotina. “Por vezes, esqueço-me que não estou de férias e ainda tenho dificuldade em dedicar o tempo que deveria a cada unidade curricular”, lembra Mariana Santos, da Escola Superior de Saúde.

Muitos professores optam por manter sessões síncronas através da plataforma online Zoom, outros por dinamizar atividades no Moodle. A combinação das duas modalidades é, também, frequente. Na opinião dos estudantes, este método de ensino veio libertar tempo.