Investigação explora novos rumos

Ouriceira AQUA

O projeto é desenvolvido no edifício CETEMARES, em Peniche, onde são elaborados protocolos, ou seja, formas eficientes de produzir ouriços-do-mar em aquacultura. O projeto teve início em 2018 e prevê finalizar no fim do ano.

O projeto foca-se em desenvolver técnicas que consigam produzir ouriços-do-mar, um petisco muito procurado pelas suas ovas e de elevado valor comercial, sobretudo em países como Japão e China. A produção destes animais em aquacultura contribui para a sua proteção no seu habitat natural, sem os extinguir. A produção de ouriços-do-mar em aquacultura tem três etapas: produção de larvas de ouriços, crescimento dos juvenis e o desenvolvimento das ovas. Através da aquacultura, é possível também, reduzir o tempo que os ouriços-do-mar demoram a chegar ao seu tamanho comercial, o que aumenta a oferta.

O maior desafio é “reproduzir em cativeiro aquilo que o mar e a natureza nos oferecem, neste caso, as ovas, com a qualidade, cor, sabor e o aspeto que o consumidor final pretende”, declara Sílvia Lourenço, bióloga marinha e investigadora do Politécnico de Leiria no centro de investigação MARE, em Peniche.

A equipa do projeto é composta por cinco investigadores do Politécnico de Leiria, com a cooperação de professores da ESTM, ou seja, doze pessoas no total. Agem em parceria com a Faculdade de Ciências de Lisboa, que contém um projeto irmão. “Neste momento, estamos a tentar produzir juvenis de ouriços-do-mar para eles fazerem experiências de repovoamento das populações selvagens e eles também nos ajudam na recolha de adultos para nós podermos fazer as nossas experiências aqui”, relata Sílvia Lourenço.

Segundo Sílvia Lourenço, o Politécnico de Leiria reúne as condições e instrumentos necessários para se afirmar cientificamente tanto nacional como internacionalmente, porque contém boas instalações, sobretudo, o edifício CETEMARES, para desenvolver projetos ligados à investigação marinha, a biotecnologia marinha, aquacultura, crescimento azul e ecologia.